domingo, 22 de julho de 2007

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Desterro, outubro de 2004


Ao meu amado que é mais do que qualquer outro amado...

Observo a lua cheia, linda, linda e brilhante no céu, mas a noite está vazia e triste para mim. Pois lembrei de você, de suas mãos macias e delicadas, porem firmes e fortes. Sinto saudade de ouvir você dedilhar belas canções e embalar minhas noites.

Hoje as companhias que tenho são o vento frio e a lua solitária. Somos três a lamentar nossas tristezas, solidão... Fecho os olhos e imagino que sou seu violão, envolvida em seus braços e abraços.

Ah, como gostaria de estar em seus braços agora, para que me tocasse como as cordas de seu violão, do qual tira os mais belos acordes e perfeitas canções! Assim eu o faria num misto de gozo e prazer unindo corpo, alma e espírito.

Lembro-me de nossos corpos entrelaçados, trêmulos de amor e prazer. O inverno passou e eu nem o percebi, pois nossos corpos estavam juntos numa troca de calor que nunca imaginei que pudesse haver.

Ai, que saudade de acordar ao som de tua doce voz e de ter suas mãos tocando-me, como um músico dedilha as cordas de seu violão, como um poeta ama sua poesia, como um artista admira suas obras e telas...

Agora nada mais sou que um violão desafinado, atirado num canto, como uma paixão de adolescente, que depois de algum tempo percebeu que não poderia tocá-lo e amá-lo ao ponto de nunca desistir de tentar, e não alcançando a perfeição o abandonou.

Desejo continuar sendo seu violão para sempre e mesmo estando eu velho e cansado, continuaria cantando belas canções para alegrar suas manhãs, agradar suas tardes e embalar suas noites. Não haveria mais dias vazios, tristes e frios como o de hoje, pois eu os aqueceria ao ser dedilhada com ternura por você, então poderíamos observar uma lua tristonha invejosa no céu.

A um amor que nem o tempo e a distância puderam apagar...


Petúnia da Ilha
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